20 de março de 2008

O caminho fica cada dia mais longo

Acabei de receber um e-mail de uma colega da faculdade, que já está estagiando em assessoria de impresa, me contando que soube, através de uma das colegas de trabalho, que o Google, quando vai contratar, seleciona o melhor dos melhores. Analisa até mesmo as notas do colegial. Só contratam quem estudou nas melhores escolas, teve as melhores notas, cursou as melhores faculdades e fala diversos idiomas.

Não acho que eles estejam errados, muito pelo contrário. Estão certíssimos. Todas as empresas deveriam fazer o mesmo. O problema é, cada vez menos se encontra pessoas com esse perfil. E para minha tristeza, também não estou entre essa minoria. Estudei em escolas públicas, fiquei alguns anos fora da escola porque precisava trabalhar. Enfim, estou aprendendo por caminhos mais longos e mais difíceis.

A notícia dela chegou juntamente com a resposta sobre meu currículo. Após ser analisado, recebi a seguinte informação: tenho um bom currículo, com bons cursos e boas palestras, mas tenho idade demais para uma oportunidade - específico.

No início desta semana, li um post no Blog Novo em Folha, falando sobre as seleções para o curso de Jornalismo da Folha. Eles também selecionam os melhores. Na maioria das vezes são pessoas que estudaram em boas escolas, falam outras línguas, têm vivência no exterior. Ou seja, estou muito longe de conseguir uma boa oportunidade, se depender de tudo isso. Minha sorte é ter fé em Deus e fazer a minha parte, sempre que possível.

Isso tudo me entristece um pouco, mas me faz lutar com mais força. Estou com alguns anos de atraso - espero que poucos -, mas o que importa é que estou no caminho certo. Estudando, me esforçando, correndo atrás, pedindo ajuda. Um dia chegará a minha vez...rsrs.

Um grande abraço.

Um comentário:

Artsy-Fartsy disse...

Elaine, um dos maiores gênios da literatura brasileira, Humberto de Campos Veras, autor de vasta e densa obra que mereceria leitura de todos nós, começou mais tarde, enfrentou a pobreza, trabalhou com afinco e... chegou com glórias ao alto. Tão pobre ele era, que mesmo o fardão e o espadim da Academia Brasileira de Letras foram-lhe dados de presente!
A propósito do espadim, ele conta que um dia estava em casa, trabalhando em sua máquina de escrever, quando ouviu a esposa dar um grito de horror, lá embaixo. Desceu para ver: era um rato. Ele subiu as escadas correndo, pegou o espadim e matou o bicho. Em seguida, ergueu-o triunfante e disse:
- Finalmente! Eu saberia que esta porcaria iria um dia servir para alguma coisa!
É isso. Se ficou curiosa acerca do genial cronista, contista, romancista (na poesia ele também deu seus passos), jornalista, político, etc., experimente ler "Lagartas e Libélulas". As restantes obras virão como vício, como delicioso vício.
Um abraço!
Ah, linkei você, enfim, tomei tal liberdade.

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