24 de fevereiro de 2007

De amigo para amigo

Quando atendo o telefone e escuto algo do tipo: o terminal de número tal tá com poblema; fico louca da vida, sinto vontade de soltar os cachorros em quem está do outro lado da linha. Trabalho no atendimento de um call center e escuto este tipo de despropósito o tempo todo e não estou falando de poucas pessoas. Fico indignada em perceber que cada dia mais pessoas estão banalizando o português e falando gírias ou muitas vezes, como no caso dos colaboradores da minha empresa, falando errado mesmo. Acredito que isso pode ser corrigido com um mínimo de boa vontade e esforço da pessoa que está nesta condição.
Em casos como o de pessoas que moram nos cafundós do judas, como diz minha mãe, até pode-se admitir que falem algumas palavras não tão corretas, afinal temos que dar um desconto, porque se não tem luz elétrica não tem televisão (um dos meios mais comuns de aprendizagem), muito menos internet, quando muito têm um radinho à pilha, mas que nem sempre tem pilhas para fazê-lo funcionar. Entretando, neste caso, estou falando de São Paulo, capital. Não. Isso jamais deveria estar acontecendo aqui.
Hoje são poucos os lares que não tem pelo menos um aparelho de televisão. Temos várias bibliotecas públicas e não poucas com internet grátis a nossa disposição, basta marcar hora. Não temos mais desculpa para tanta ignorância.
Ouço muitas vezes, comentários de que não tem emprego disponível no mercado; que poucos conseguem um bom emprego; que só com o famoso QI (neste caso, quem indica) se consegue entrar numa empresa e ser promovido. Mas, vamos parar um pouco para pensar, quem iria contratar alguém que nem se quer fala o português corretamente? E se contratar será para qual função? Se até para quem tem curso superior está difícil arranjar um bom emprego, imagine para quem, além de não ter curso superior, ainda fala pobrema ou poblema, meia confusa, pra mim fazê, bicicreta entre muitas outras barbaridades. Cada um tem que fazer a sua parte. Não existe vitória sem luta, então, cabe a parte interessada arregaçar as mangas e batalhar por um futuro melhor.

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