19 de maio de 2007

A visita de Bento XVI ao Brasil

Nos últimos dias não se falava em outra coisa que não fosse à visita do Papa Bento XVI ao Brasil.

Tudo estava sendo preparado nos mínimos detalhes. Recepção, transporte, alimentação especial, acomodações – nas quais nem mesmo a imprensa tinha acesso - eventos e até o papa-móvel estava aqui, claro ele não poderia faltar. Era questão de segurança. Mas será que um homem que diz representar Deus na terra precisa de segurança máxima e carro blindado?

Se a igreja católica representa Deus, por que o homem, no caso o Papa ou o padre, tem que falar o que os outros homens têm que fazer? Não seria Deus quem deveria colocar em cada coração o que Ele requer de cada um em particular? É bem provável que o Altíssimo não queira a mesma coisa de todos nós.

Viajar de Roma até aqui para criticar o divórcio e condenar desvios sexuais não deveria ser atitude de quem se diz servo de Deus. Jesus nos ensinou que devemos ajudar uns aos outros e orar sempre que alguém esteja fazendo algo que desagrada a Deus, jamais acusar ou criticar. Como pode então o representante da maior religião do mundo criticar seus fieis e seguidores pelos pecados que cometem por fraquezas humanas?

Outro dos assuntos tratados pelo Papa em sua visita ao Brasil foi à canonização do frei franciscano Antônio de Sant'Anna Galvão, o frei Galvão. Se não me engano, está escrito na bíblia que não devemos nos prostrar diante de imagens, nem adorar santos, pois só existe um Deus. No entanto, os católicos praticantes ganharam mais uma imagem para adorar e diante da qual muitos iram se prostrar para desagrado de Deus.

O Papa tentou também que o Palácio do Planalto assumisse o compromisso de restabelecer a educação religiosa nas escolas, porém nenhum órgão do governo deveria interferir ou influenciar neste sentido. Esta escolha é pessoal e não diz respeito nem mesmo ao Papa. Principalmente porque ele quer que seja ensinada, nas escolas, a sua religião e onde fica o respeito às demais religiões?

Por ele se dizer um representante de Deus deveria saber que não tem o direito de interferir na religiosidade das nações. O único que pode converter corações é Deus, mas parece que os homens ainda não entenderam isso e continuam tentando impor seus pontos de vista aos demais.

Diante de todos estes aspectos, não é de se espantar com os dados divulgados pela pesquisa feita pelo Datafolha, onde mostra que Bento XVI iria encontrar um Brasil com menos praticantes do catolicismo. Talvez isso esteja ocorrendo, porque estamos percebendo que Deus não precisa de marketing para atrair fiéis, mas a igreja católica parece que sim. É isso que mostra uma reportagem da revista IstoÉ On-line do mês de maio. Intitulado o marqueteiro dos católicos, Antônio Kater, dá aula para o clero de como tratar e se portar diante dos fiéis. Ou seja, estão vendendo a fé como uma mercadoria.

A visita do Papa serviu para que muitos de nós começássemos a pensar sobre a fé cristã de uma maneira mais clara. Não devemos tentar convencer de que estamos certos ou errados, não cabe a nós decidir o que é melhor para o outro. Cada um tem suas crenças e sabe o que lhe convém. Devemos somente respeitar o direito de escolha de cada individuo para que possamos ter um pouco mais de paz no mundo.

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