25 de fevereiro de 2007

Algo que me recuso fazer

Nos meus momentos de lazer e descanso, são poucas as vezes que me dou ao trabalho de ligar o aparelho de televisão, a menos que seja para ver um filme, seriado ou um bom desenho animado. Quando quero saber o que esta acontecendo ao meu redor e no mundo prefiro acessar a internet, ler uma revista ou um jornal.
Inúmeros programas, de diferentes tipos, são exibidos ao longo do dia, porém são exceções os que têm algo verdadeiramente útil a nos acrescentar. A maior parte é de baixa qualidade e outros de nenhuma. E é isso que vejo em programas como o Big Brother Brasil, e aqui falo exclusivamente da versão brasileira, pois nunca assisti a uma versão do programa original, devido a decepção que tive desde a primeira versão brasileira que assisti. Programas que expõem a intimidade das pessoas não me chamam a atenção, mesmo que sejam de pessoas famosas
. Acredito que todos nós precisamos de privacidade e respeito. E é por este motivo que não perco tempo em frente à tv, a menos que seja para ver algo que realmente valha a pena para mim.
Fico pensando em que o fato do fulano ser travesti, a sicrana ter sido garota de programa ou ter vindo de uma família pobre, pode me acrescentar e chego à conclusão que em nada. Nunca os vi, não sei quem são nem de onde vieram. Ver pessoas dando amassos, passando as mãos, falando palavrões e fazendo tudo o que acham valido diante das câmeras, para que uma multidão de desconhecidos julguem quem merece ou não chegar a final e receber o prêmio de R$ 1 milhão realmente não é a minha praia. Os jornalistas ficam investigando o passado dos participantes para aguçar o interesse dos telespectadores porque os empresários do meio de comunicação sabem que a maior parte do seu público se interessa por fuxicos sobre a vida alheia e isso ajuda a engordar seus bolsos.
Sei que faço parte da minoria, porque se isso não fosse verdade o Big Brother não estaria em sua quinta edição. Porém, me recuso a contribuir para aumentar ainda mais a falta de cultura no meio em que vivo e aonde meus filhos, quando eu os tiver, irão crescer. É por isso que no meu tempo livre, quando não estou animada para ler, assisto Animal Planet. Me divirto com as reportagens e fico sabendo um pouco sobre a vida dos animais.

Sou do tipo que não gosta de muitas gírias, nem ouvir alguém falando errado. Prefiro ficar em casa a ir a bares ou baladas, ficar quieta no meu canto a entrar numa conversa sobre o que acontece nas novelas, nos big Brother da vida, nas revistas do tipo Fuxico, Quem, Caras, Atrevida entre outras tantas que estão nas bancas. Embora muitas pessoas do meu convívio atual me chamem de chata por isto, já não me preocupo mais em agradar os outros, mas a mim porque sou minha maior critica.

24 de fevereiro de 2007

De amigo para amigo

Quando atendo o telefone e escuto algo do tipo: o terminal de número tal tá com poblema; fico louca da vida, sinto vontade de soltar os cachorros em quem está do outro lado da linha. Trabalho no atendimento de um call center e escuto este tipo de despropósito o tempo todo e não estou falando de poucas pessoas. Fico indignada em perceber que cada dia mais pessoas estão banalizando o português e falando gírias ou muitas vezes, como no caso dos colaboradores da minha empresa, falando errado mesmo. Acredito que isso pode ser corrigido com um mínimo de boa vontade e esforço da pessoa que está nesta condição.
Em casos como o de pessoas que moram nos cafundós do judas, como diz minha mãe, até pode-se admitir que falem algumas palavras não tão corretas, afinal temos que dar um desconto, porque se não tem luz elétrica não tem televisão (um dos meios mais comuns de aprendizagem), muito menos internet, quando muito têm um radinho à pilha, mas que nem sempre tem pilhas para fazê-lo funcionar. Entretando, neste caso, estou falando de São Paulo, capital. Não. Isso jamais deveria estar acontecendo aqui.
Hoje são poucos os lares que não tem pelo menos um aparelho de televisão. Temos várias bibliotecas públicas e não poucas com internet grátis a nossa disposição, basta marcar hora. Não temos mais desculpa para tanta ignorância.
Ouço muitas vezes, comentários de que não tem emprego disponível no mercado; que poucos conseguem um bom emprego; que só com o famoso QI (neste caso, quem indica) se consegue entrar numa empresa e ser promovido. Mas, vamos parar um pouco para pensar, quem iria contratar alguém que nem se quer fala o português corretamente? E se contratar será para qual função? Se até para quem tem curso superior está difícil arranjar um bom emprego, imagine para quem, além de não ter curso superior, ainda fala pobrema ou poblema, meia confusa, pra mim fazê, bicicreta entre muitas outras barbaridades. Cada um tem que fazer a sua parte. Não existe vitória sem luta, então, cabe a parte interessada arregaçar as mangas e batalhar por um futuro melhor.

19 de fevereiro de 2007

Comentários dos últimos livros lidos


O Homem - Aluisio de Azevedo

Publicado em 1887 este romance de Aluisio de Azevedo é um clássico que vale a pena ler. Magda, após descobrir que está apaixonada pelo próprio irmão começa a sofrer de histeria. Vive dividida entre a vida de sonhos e delírios, na qual vive uma grande paixão, sem limites nem pudor, com o trabalhador humilde da pedreira. Acordada, sofre com a consciência de tudo o que se passa durante o sono e tenta se refugiar nos compromissos morais e religiosos para repelir as lembranças. No ápice da loucura comete um crime e acaba seus dias num hospício.

O Abusado - Caco Barcellos

Publicado em 2003 pela Editora Record, o livro O Abusado de Caco Barcellos conta a história de um traficante de morro do Rio de Janeiro que sonha com a paz. No decorrer da trama o diálogo se dá no vocabulário das favelas e à principio parece difícil de ser lida até o fim, porém, quando você se dá conta não quer mais que o livro acabe. Juliano VP sonha com a paz reinando no morro Dona Marta, porém nem todos os seus companheiros compartilham deste mesmo desejo. Assim, vão surgindo situações complicadas e algumas delas o obrigam a sair do país até as coisas se acalmarem para que possa voltar e retomar seu lugar.

A Sangue Frio - Truman Capote

O livro, publicado em 1966 é, além de uma excelênte leitura, um alerta a toda a população nos dias de hoje. Nele Capote conta o assassinato de quatro membros de uma familia - os Clutter, proprietários de uma fazenda no Kansas, a Farm Valley. O caso acontece numa cidade pequena onde todos os habitantes se conhecem e ficam se perguntando quem deles teria sido capaz de cometer um ato tão cruel contra uma familia tão querida de todos. Trata-se de uma história real e os assassinos - Smith e Hickock, capturados alguns meses depois, foram condenados a pena de morte, sendo executados cinco anos após o crime.
Conquistando um novo mundo

Há mais ou menos oito anos comecei a descobrir o mundo dos livros. Embora não tenha sido a iniciação perfeita não foi menos importante, porque para mim hoje, faz uma grande diferença.
Nasci numa família que não dá a cultura o valor devido. Tenho vagas lembranças de livros dentro da casa dos meus pais, com exceção de alguns didáticos. Nossa primeira televisão chegou quando eu tinha mais ou menos 13 anos (época que eu estava saindo de casa para trabalhar em Porto Alegre), mas não tínhamos muita liberdade para usá-la, pois na minha casa tudo funcionava conforme a liberdade dada pelos meus pais e confesso, não tínhamos liberdade para nada.
Parei de estudar na 5º série, para voltar anos mais tarde, o que fez com que o meu contato com os livros fosse mais demorado. Devido ao trabalho e a falta de conhecimento li pouco na adolescência. Lembro-me apenas de um título. Acho que deve ter sido o melhor e por isso ficou gravado na minha memória. O livro é da Coleção Vagalume – Na Rota do Perigo – Marcos Rey.
Alguns anos mais tarde e varias tentativas desastradas, tomei conhecimento, através de uma amiga, de alguns nomes da nossa literatura e também dos sebos – onde compro a maioria dos meus livros. Lembro-me bem das suas palavras ao me responder, quando eu lhe disse que achava que não gostava de ler: “você apenas não descobriu ainda o seu tipo de leitura”. E colocou a minha disposição a sua pequena coleção.
Comecei com Um Lugar ao Sol de Erico Veríssimo. Era carnaval, como agora, e eu estava sozinha em casa, devorei o livro de mais de 600 páginas em uma semana e comecei a ler todos os que ela tinha em casa para logo após começar a minha coleção.
Hoje tenho pouco mais de 100 livros - nem todos lidos, porém a maioria – e entre eles, é claro, estão alguns do Erico Veríssimo e também de seu filho, Luis Fernando Veríssimo. Sempre que tenho alguns minutos livre procuro ler, seja livro, revista, o que for. Pois nesta nova fase preciso ler muito para ter idéias de o quê e como escrever.

Chatotorix


















"Chatotorix é um personagem das histórias em quadrinhos de Asterix criado por Albert Uderzo e René Goscinny, em 1959 na França. Na versão original é conhecido como Assurancetourix e na versão anglófona como Cacofonix.
É um
bardo que irrita os moradores da aldeia quando começa a cantar, com a pior voz do mundo, as suas odes, provocando reações enérgicas por parte desses e, geralmente, termina amarrado num canto das festas que costumam encerrar cada episódio da saga."

Inspirada neste personagem, na minha opinião merecedor de uma chance pela sua persistência, vou expor aqui minhas idéias iniciais de algo que espero que seja a porta de entrada para um mundo novo. Não desejo ser incoveniente, apenas persistente a ponto de conseguir realizar um sonho. Escrever, puro e simplesmente escrever.

Arquivo do blog