4 de abril de 2008

Jornalismo é desafio diário

Deve ser muito difícil cobrir Jornalismo Policial. Mais do que qualquer segmento do jornalismo, neste, cometer erros como os cometidos nos casos da "Escola Base", Bar Bodegas" e "Jorge Mirândola" é algo imperdoável para qualquer profissional. Mais imperdoável ainda para aqueles que têm compromisso constante com a verdade, foram ensinados à sempre ouvir os dois lados, ponderar as informações e usar filtros.

O custo de erros como esses é muito alto. No caso da "Escola Base", pelo menos quatro vidas foram aniquilidas, sem contar com as pessoas próximas dos proprietários da escola, que sofreram diariamente vendo a verdade diante dos olhos de todos, enquanto partes da mídia estava cega e continuava a culpar inocentes por crimes que não cometeram.

Esses casos me fazem pensar no caso da menina Isabella, morta no último sábado em São Paulo, cujo pai e madrasta foram detidos provisóriamente com o intuito de preservar provas sobre o assassinato da menina, segundo o jornal Estadão on-line.

O que me faz ligar os quatro casos é o tamanho da responsabilidade dos envolvidos na divulgação das informações sobre eles. Nos três primeiros o erro já foi cometido e não há como mudar - infelizmente, a imprensa embarcou na notícia de uma investigação infeliz da polícia. Porém, no terceiro ainda dá tempo de fazer as devidas checagens antes de falar qualquer coisa que possa aumentar ainda mais o sofrimento das pessoas envolvidas diretamente no caso.

Lembro-me que nos primeiros dias desta semana ouvi muitas vezes na rádio Band News FM, o apresentador, cujo nome não me recordo agora, de um programa que vai ao ar por volta das sete da manhã, dizer que o delegado que estava cuidando do caso falava demais sobre o pouco que se sabia dele até o momento.

Quero deixar claro que não pretendo defender ninguém, nem dizer se acho que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são ou não culpados de alguma coisa. Estou apenas pensando sobre a responsabilidade dos jornalistas que estão cobrindo o assunto. Como fica a cabeça deles num momento tão importante como esse, de descobrir a verdade do que aconteceu naquele sábado a noite. Se eles pensam que podem estar vivendo uma situação como as anteriores - embarcando numa canoa furada de fatos mal apurados.

2 comentários:

Aline Merchan disse...

Gostei da abordagem que você fez. Dá uma olhada neste link, do Observatório da Imprensa. Retrata bem o que você está dizendo:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=479JDB014

Beijos

Unknown disse...

Lan, vamos começar a dar nossos "Primeiros Passos" para um futuro cheio de surpresas, que traz a profissão pela qual queremmos seguir. Afinal ser jornalista é muito mais que informar. Um bom jornalista tem que querer, buscar, ir ao fundo dos fatos, e não se intimidar perante uma dificuldade... É não se contentar com pouco, mas sim , querer muito, nossa respossabilidade vai além de nossos medos, inseguranças, angústia, dor, derrota ou vitória, e sei que você vai longe!!!

Beijos :)

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