15 de maio de 2008

Zuenir Ventura na Língua Portuguesa

A revista Língua Portuguesa desse mês trás uma entrevista com o jornalista e escritor Zuenir Ventura falando sobre o ano de 1968, que ele considera um personagem e não simplesmente um ano. “68 foi a última geração literária, a que aprendeu lendo, não vendo. Diria que é personagem autocentrado, com onipotência e um voluntarismo que não são seus traços mais simpáticos. Quando se fala nele, já se conferem a 68 categorias humanas. Ele é simpático, prepotente, arrogante, voluntarista. E generoso.”

Zuenir Ventura nasceu em 1º de junho de 1931, na Paraíba, e quando tinha 10 anos sua mãe lavava as batinas dos padres do colégio para que ele pudesse estudar. Seu primeiro emprego foi ajudando o pai a pintar casas. Em 1954 se mudou para o Rio de Janeiro e se formou em letras pela UFRJ, que na época se chamava Faculdade Nacional de Filosofia, da ex-Universidade do Brasil. Foi professor de português, mas teve seu coração roubado pelo jornalismo em 1956.

Em 1958 foi convidado para trabalhar com Carlos Lacerda no “Tribuna”, onde mais tarde se tornou um dos secretários de redação. No ano seguinte, através de um concurso, ganhou uma bolsa de estudos em Paris, para onde foi como correspondente do jornal de Lacerda. De volta ao Brasil, em 62 vai para o “Correio da Manha” como editor internacional. Dois anos depois, juntamente com sua esposa, era procurado pela polícia como subversivo. Em 65 tornou-se chefe de reportagem da revista “O Cruzeiro”. É tido como o articulador da imprensa do Rio para o Partido Comunista e preso após o AI-5. Passa três meses entre o Sops, o Dops, o quartel da PM Caetano de Faria e o do Exército em Harmonia. Dividiu cela com Hélio Pellegrino, Ziraldo, Gerardo Mello Mourão e Osvaldo Peralva. Deixou a prisão em março de 1969 com o aval de Nelson Rodrigues, que conseguiu junto aos militares a libertação de Hélio Pellegrino.

Em 69, produziu uma série de reportagens para a Editora Abril, que mais tarde se tornou o livro “1968 - O ano que não terminou”, que hoje faz parte das obras que o tornou um autor conceituado.

São muitas coisas para falar sobre esse grande personagem, mas não vou me estender mais. Leiam a entrevista no site da revista e saibam mais sobre o autor acessando seu site. Com certeza vale a pena investir alguns minutos nessa leitura, pois é enriquecedora.

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