21 de julho de 2008

Não me deixaram escolher

Sem opção de escolha, pois não me pediram opinião quando nasci, chamaram-me pelo nome de Elaine. Elaine Dellaflora da Silva. O Silva já foi, tirei-o sem pensar duas vezes, sabemos que não irá se esforçar pra me diferenciar dos demais.

No telefone, a maioria das vezes, é um problema que me tira do sério:

Eliane Belaflor?

Não, não e não! É Elaine Dellaflora. E de elefante, L de lua, A de amor, I de igreja, N de navio, E de elefante, D de dado, E de elefante, L de lua, L de lua, A de amor, F de faca, L de lua, O de ovo, R de rua e A de amor.

E no cartão do banco que ainda insistem em colocar Elaine D. Silva!? Como podem ser tão burros! O Dellaflora é tão bonito, altivo, dono de si. Parece um imperador de seu mundo. Mas não adianta o banco não muda de idéia: infelizmente tem que ser o primeiro e o último nome senhora. É norma do banco.

Normas? Normas? E eu não posso nem decidir como quero ser chamada?! Então vou trocar de banco. Hei de encontrar um que pelo menos nessa parte possa fazer minha vontade. Não estou pedindo dinheiro, apenas quero ser chamada pelo meu nome, como eu escolhi.

Com os amigos não tenho problema, sou Lan para todos. Pra minha mãe e meus irmãos sou a Elaine, aquela metida que mudou pra São Paulo e quase nunca os visita. Só quer saber de estudar, trabalhar e nunca tem dinheiro pra nada. Mas vive brigando com os irmãos e sobrinhos dizendo que precisam estudar e ler muito livros, como se soubesse o que é bom pra todos. Já para o meu namorado sou... bem, acho que isso não é necessário, deixemos as demonstrações de afeto ocultas, assim conseguirei finalizar meu texto sem ficar com as bochechas rosadas.

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