9 de junho de 2007

Leitura: Preconceito Linguístico – Marcos Bagno

Marcos Bagno nasceu em Cataguases, MG, é escritor, tradutor, linguista e professor da UNB. Em seu livro Preconceito Linguístico,Bagno faz análises, dá exemplos e faz comparações dos diversos tipos de preconceitos contra a língua falada e a forma escrita.

Logo no início do livro o autor compara a língua com um rio e a gramática normativa com um igapó – grande poça de aguá parada. Segundo ele, o preconceito linguístico se dá devido a confusão que fazemos entre esses dois pontos. A língua é como um iceberg gigante flutuando no mar (tempo) e a gramática normativa é uma tentativa de descrever um pedaço visível dele (a norma culta).

O autor cita oito tipos de mitos que traduz o comportamento da nossa sociedade em relação ao uso da língua, suas variantes e a atitude dos falantes em relação ao idioma. Na sua opinião não devemos aplicar rigorosamente a norma culta; devemos nos impor como falantes competente da nossa língua materna; e os educadores devem adotar novas medidas de atitude tanto no ensino da parte teórica quando prática da língua, nas escolas.

No último capítulo do livro o Bagno reconhece que existe uma crise no ensino da língua – apresenta três problemas que manteriam a norma culta, como um “bem reservado as classes mais abastadas” - e sugere alternativas para mudar este quadro.

Ao longo da obra o autor aponta conhecedores da língua e formadores de opinião, como Pasquale Cipro Neto e Luiz Antonio Sacconi entre outros, como exemplos de preconceito linguístico.

O livro tem um discurso político, assumido pelo autor logo no início, e uma preocupação com os rumos do ensino da nossa língua portuguesa. O texto foi exposto de forma clara, apontando aspectos científicos, críticas e mostra profundidade nas pesquisas sobre o assunto.


A leitura deste livro fez com que eu repensasse a forma de ver a língua falada e a escrita. Porém, continuo pensando que devemos adotar um meio termo para as duas coisas. Não podemos falar de uma forma e escrever de outra totalmente diferente. Deve haver um equilíbrio para que possamos entender e ser entendidos.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog